O papel dos avós na família

Por Gilson Bifano

Como os avós podem ajudar e abençoar os pais de seus netos e os netos hoje?

Um dia desses um avô, um tanto preocupado, procurou-me o compartilhou suas preocupações em relação ao comportamento de um de seus netos.

O menino, de nove anos, segundo a visão do avô, passava muito tempo na internet.

Na conversa, procurei levar o avô preocupado a algumas reflexão e como agir na situação exposta.

Em que sentido o avô poderia ajudar o neto? Deveria chamar a atenção dos pais de seu neto?

Em que sentido os avós podem ajudar os pais de seus netos nesta e em outras questões?

Na minha conversa procurei alistar as responsabilidades e o papel dos avós na família.

Em primeiro lugar, uma grande contribuição que os avós podem dar à família é dedicar tempo a oração.

Orar para que os pais de seus netos tenham sabedoria para criar os filhos nestes dias tão difíceis.

Orar para que os pais de seus netos saibam eleger as prioridades da vida.

Podem orar pela vida espiritual dos netos para que os mesmos façam uma decisão verdadeira por Cristo.

Em segundo lugar, Deus coloca os avós na família para que os mesmos passem o legado para as gerações futuras.

Falei ao avô preocupado que, durante o tempo em que neto passasse com ele, deveria dedicar tempo para conversar, contando, por exemplo, histórias da família, mostrando fotografias, contando histórias bíblicas e tantas outras coisas importantes na relação avós e netos.

Em terceiro lugar, os avós são importantes porque tem mais experiência da vida e podem ajudar os pais mais novos neste grande desafio que é educar crianças nos dias de hoje.

Avós podem, com sabedoria, conversar com os pais de seus netos sobre suas observações.

A atitude seria a mesma praticada por Jetro em relação ao genro Moisés.

Acho muito interessante a fala de Jetro quando disse: “não é bom o que fazes” (Êx 18.17).

Em nenhum momento Jetro desqualificou seu genro Moisés ou reprovou seu comportamento.

Embora este texto seja muito aplicado à liderança cristã, o princípio pode ser aplicado de um modo geral.

O avô preocupado foi orientado a ter um conversa amistosa e respeitosa com sua filha e genro e externasse suas preocupações, mas deixando sempre as decisões por conta deles.

Somente em circunstância muito especiais os avós devem assumir a responsabilidade de educar os netos. Esta responsabilidade é dos pais. Por mais que os avós percebam qualquer inadequações, não devem interferir, apenas, com sabedoria, conversar e aconselhar os pais de seus netos.

Muitas vezes ouvimos que os avós estragam os netos. Embora isto esteja no dito popular, não deve ser a realidade na relação com os netos.

Avós não devem desqualificar ou tirar a autoridade dos pais e nem contradizer os ensinamentos passados por eles aos seus netos.

Pode, sem nenhuma dificuldade, ser flexíveis e tolerantes, mas sem danificar os princípios disciplinares passados pelos pais.

Avós podem ser canais de bênçãos para seus netos, tal como Jacó foi para Efraim e Manassés (Gn 49).

Se os avós cristãos forem sábios, tementes a Deus, pacientes e conselheiros serão, nos dias de hoje, canais de bênçãos para seus descendentes, tal como Jacó.

Para refletir:

1 – Que avó ou avô, na Bíblia, você mais admira? Por quê?
2 – Como os avós podem abençoar os netos hoje?

Gilson Bifano, escritor e palestrante na área de casamento e família. Coach de casais e famílias.

Artigo publicado originalmente no site do Ministério Oikos. Reproduzido com permissão do autor.



Envelhecimento global da população

Por Jason Mandryk, Tom McCormick & Adriana Saldiba

ESTADO ATUAL E FUTURO DO ENVELHECIMENTO GLOBAL

James Hillman escreve: “O século XXI pode ou não ser marcado pela consciência ecológica, mas certamente será caracterizado pela sua população envelhecida.” 1 O envelhecimento global está ocorrendo rapidamente e, sem dúvida, será uma força modeladora no nosso mundo futuro.2 A Divisão de População das Nações Unidas estima que o número de pessoas com 65 anos ou mais deve dobrar nos próximos trinta anos, de modo que, até 2050, entre 16 a 22 por cento da população global terá 65 anos ou mais.

O envelhecimento global será variável regionalmente, mas permanecerá uma realidade constante.3 Mesmo na região demograficamente mais jovem, a África, a proporção daqueles com 65 anos ou mais em relação aos menores de 15 anos aumentará mais rapidamente (três vezes) do que na Europa (duas vezes) ou na América do Norte (duas vezes).4

Em resumo, conforme resumido pela Divisão de População da ONU do Departamento de Assuntos Econômicos e Sociais:

  1. O envelhecimento da população é sem precedentes — Não tem paralelo na história da humanidade, com um envelhecimento ainda mais rápido e intenso a caminho.
  2. O envelhecimento da população é onipresente – Trata-se de um fenômeno global que afeta todo homem, mulher e criança… embora de maneira distinta.
  3. O envelhecimento da população é profundo — Terá consequências e implicações significativas para todas as regiões do mundo, todas as camadas socioeconômicas e todos os aspectos da vida humana.
  4. O envelhecimento da população será duradouro — Não retornaremos às populações jovens de antes 5.

A população mundial está envelhecendo

O impacto desta maciça tendência demográfica será abrangente, afetando a economia, as normas socioculturais, os quadros morais e éticos, a infraestrutura de saúde, as migrações geográficas e as relações intergeracionais. O envelhecimento global também terá um impacto na igreja, no discipulado e na Grande Comissão. Assim, o envelhecimento global é uma realidade demográfica que apresenta a imperativa necessidade de uma resposta teológica e missiológica correspondente. No entanto, uma análise geral das iniciativas evangélicas em diferentes meios de comunicação, conferências e treinamentos revela que o envelhecimento global não tem sido uma alta prioridade, além de dignas iniciativas em pequena escala. A igreja pode se dar ao luxo de esperar que o envelhecimento global tenha um impacto significativo? Este relatório informa à igreja sobre a realidade, as oportunidades e os desafios do envelhecimento global, com a esperança de que ela permaneça fiel ao seu Senhor e à nossa Grande Comissão.

EFEITOS DO ENVELHECIMENTO GLOBAL

Efeitos econômicos e sociais

O envelhecimento global acarreta uma acumulação de encargos sociais, aumentando as populações economicamente não produtivas, esgotando os fundos de pensão e ampliando as necessidades de cuidados com a saúde.”6 

Preocupações médicas aliadas ao isolamento social intensificam os desafios econômicos. Nos Estados Unidos, estima-se um gasto adicional anual com o Medicare (para pessoas idosas) na ordem de 6,7 bilhões de dólares. Na China, devido às exigências de cuidados de longa duração para aqueles com 85 anos ou mais, alguns concluem que os cuidados de longa duração representam uma ameaça ao crescimento econômico do país. Dos indivíduos com 85 anos ou mais previstos para estar vivos em 2050, aqueles na China serão 1,4 vezes mais do que o total de pessoas vivendo em todo o mundo no ano 2000 e, até 2050, 26 por cento da população mundial com mais de 85 anos residirá na China, enquanto 8 por cento estarão nos EUA. 8  Já a China lidera mundialmente no número total de casos de demência, com 20 por cento dos casos globais, e 1.000.000 de novos diagnósticos por ano, estimando-se que 90 por cento não sejam diagnosticados. Até 2050, cerca de 50 por cento dos casos globais de demência estarão na China; 30 por cento nas Américas; 19 por cento na Europa e 16 por cento na África. Ao longo da história da igreja, os cristãos se dedicaram a cuidar daqueles em situação de necessidade especial, fundando hospitais para o cuidado físico e mental, leprosários, ministérios para cegos, surdos, deficientes, entre outros. O cuidado com a demência é uma área de necessidade especial em crescimento entre as pessoas idosas. Existem aproximadamente 9.900.000 novos casos em todo o mundo por ano, ou seja, um novo caso a cada 3,3 segundos.

A Razão de Dependência de Idosos agrava este desafio; ou seja, as porcentagens da população em idade ativa em comparação com aqueles que necessitam de cuidados de saúde dispendiosos ameaçam todas as regiões do mundo. 9Aliado a este desafio está o desafio relacionado aos membros da família responsáveis pelo suporte aos pais. Geralmente, os filhos da população mais velha estão inseridos no mercado de trabalho e também têm a responsabilidade de cuidar dos seus pais. A Razão de Apoio Parental indica a gravidade das mudanças demográficas: existem menos cuidadores adultos filhos em comparação com o número de pais que necessitam de apoio.

A Razão de Dependência de Idosos e a Razão de Suporte Parental exacerbam a pressão econômica sobre as famílias, mas, por outro lado, incentivam as residências multigeracionais que estão mais bem preparadas para se apoiarem mutuamente. Comunidades capazes de estabelecer relações interdependentes saudáveis entre gerações mostrarão maior resiliência diante dos desafios futuros.

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Notas
1. A Força do Caráter: E a Vida Duradoura (2000), p. xx.
2. As razões básicas são simples: diminuição da taxa de fecundidade (# de crianças / mulheres em idade fértil) e aumento da expectativa de vida. Para um gráfico simples , confira ENVELHECIMENTO DA POPULAÇÃO MUNDIAL: 4>1950-2050, p. 5.
3. Confira https://www.researchgate.net/figure/Percentage-of-population-aged-60-years-or-over-by-region-from-1980-to-2050_fig4_344199610
4. Confira ENVELHECIMENTO DA POPULAÇÃO MUNDIAL: 1950-2050, p. 16.
5. Resumo Executivo do Envelhecimento da População Mundial 1950-2050. Direitos Autorais © Nações Unidas 2002, Divisão de População, Departamento de Assuntos Econômicos e Sociais.
6. O Fundo de População das Nações Unidas e a HelpAge International afirmam: “O envelhecimento da população é uma tendência global importante que está transformando economias e sociedades ao redor do mundo.” “Envelhecimento no século 21: Uma Celebração e um Desafio — Sumário Executivo.” 5 de outubro de 2012. https://www.helpage.org/resource/ageing-in-the-21st-century-a-celebration-and-a-challenge-executive-summary/.
7. Até 2025, 26% desses 85+ em todo o mundo estarão na China.
8. http://www.duke.edu/web/cpses/Dudley%20Poston.ppt
9. Na China, tem-se observado uma diminuição constante no número de adultos em idade produtiva, passando de 7,8 para o suporte econômico de cada idoso em 1985 para (projetado) 1,6 em 2050.

A caminho de casa – vida, fé e como terminar bem. Resenha

A caminho de casa, de Billy Graham, não é um livro de teologia, mas de sabedoria, escrito por um servo fiel de Deus que enfrenta com honestidade e graça os efeitos debilitantes da idade avançada. O subtítulo, Vida, fé e como terminar bem, é muito apropriado.

Embora organizado em dez capítulos, o livro segue um curso sinuoso. É como se, sentado ao lado de Graham, ele lhe transmitisse informalmente seus pensamentos. Há passagens de exposição das Escrituras e alguns conselhos práticos (como a importância de um testamento), mas a maior parte do livro é uma sabedoria simples sobre as realidades, físicas e espirituais, do envelhecimento e como lidar com elas.

Graham retorna várias vezes a diversos temas-chave: a importância de estar em paz com as limitações e realidades do envelhecimento, de continuar a ministrar e impactar as pessoas ao seu redor e de manter Cristo como o alicerce de sua vida. Em todo o livro, há dicas como:

“Que testemunho você está oferecendo às pessoas que o seguem? Lembrar-se do que Deus fez por você o revigorará na velhice. Os outros estão observando suas ações e atitudes. Não diminua o impacto que você pode causar; transmita as verdades fundamentais da Palavra de Deus.”

“Não importa quem sejamos, a aposentadoria nos apresenta duas opções. Podemos usá-la para nos satisfazermos, ou para causar impacto na vida de outras pessoas. Em outras palavras, a escolha que enfrentamos é entre a autoindulgência vazia e a atividade significativa.”

“A vida raramente é fácil à medida que envelhecemos, mas a velhice tem suas alegrias especiais – a alegria de passar tempo com a família e os amigos, a alegria de se livrar das responsabilidades que antes tínhamos e a alegria de desfrutar as pequenas coisas que antes não percebíamos. Mas, acima de tudo, à medida que aprendemos a confiar cada dia em nas mãos de Cristo, os anos dourados podem ser um período de aproximação dele. E essa é a maior alegria da vida.”

Embora eu tenha apenas 47 anos, encontrei muito nesse livro para refletir e considerar. Foi uma alegria lê-lo, e eu o recomendo de coração a qualquer pessoa que tenha idade avançada ou que esteja esperando ter um dia.

Resenha originalmente publicada no site Light Along the Journey.

Clique aqui e leia algumas páginas do livro A caminho de casa, de Billy Graham, em pdf.

“Não se esqueça do seu Criador”

Por Antônio Carlos W. C. de Azeredo

Fazenda do Cerro, Bocaina do Sul, SC, 2009. Por Antônio Carlos.

1 Lembra-te do teu Criador nos dias da tua mocidade, antes que venham os maus dias, e cheguem os anos dos quais dirás: Não tenho neles prazer;

2 antes que se escureçam o sol, a lua e as estrelas do esplendor da tua vida, e tornem a vir as nuvens depois do aguaceiro;

3 no dia em que tremerem os guardas da casa, os teus braços, e se curvarem os homens outrora fortes, as tuas pernas, e cessarem os teus moedores da boca, por já serem poucos, e se escurecerem os teus olhos nas janelas;

4 e os teus lábios, quais portas da rua, se fecharem; no dia em que não puderes falar em alta voz, te levantares à voz das aves, e todas as harmonias, filhas da música, te diminuírem;

5 como também quando temeres o que é alto, e te espantares no caminho, e te embranqueceres, como floresce a amendoeira, e o gafanhoto te for um peso, e te perecer o apetite; porque vais à casa eterna, e os pranteadores andem rodeando pela praça;

6 antes que se rompa o fio de prata, e se despedace o copo de ouro, e se quebre o cântaro junto à fonte, e se desfaça a roda junto ao poço,

7 e o pó volte à terra, como o era, e o espírito volte a Deus, que o deu.

8 Vaidade de vaidade, diz o Pregador, tudo é vaidade.

Conclusão

9 O Pregador, além de sábio, ainda ensinou ao povo o conhecimento; e, atentando e esquadrinhando, compôs muitos provérbios.

10 Procurou o Pregador achar palavras agradáveis e escrever com retidão palavras de verdade.

11 As palavras dos sábios são como aguilhões, e como pregos bem fixados as sentenças coligidas, dadas pelo único Pastor.

12 Demais, filho meu, atenta: não há limite para fazer livros, e o muito estudar é enfado da carne.

13 De tudo o que se tem ouvido, a suma é: Teme a Deus e guarda os seus mandamentos; porque isto é o dever de todo homem.

14 Porque Deus há de trazer a juízo todas as obras, até as que estão escondidas, quer sejam boas, quer sejam más.

Antonio Carlos W. C. de Azeredo (1938–2024), autor da seleção acima, trabalhou a maior parte do tempo como funcionário do Banco Central do Brasil, em Brasília.

Seu compromisso com a igreja e com o ensino da Palavra de Deus o destacava. Foi por muitos anos dedicado líder e professor no departamento infantil da escola dominical, sempre à frente do culto de abertura para crianças. Fez isso no seu breve tempo em Viçosa, MG, e em sua longa jornada em Brasília, na Igreja Presbiteriana Nacional, onde integrou o colegiado de pastores desde 2001, além de ter exercido várias outras funções

Ao longo dos anos, desenvolveu a apostila Desenhando a Linha de Redenção no Contexto da Visão Panorâmica da Geografia e História Bíblicas. Antônio Carlos dedicou-se também a desenhos e pintura.

Sua esposa morreu cerca de quatro anos antes dele. Ele faleceu no dia 22 de março de 2024. Deixou dois filhos, cinco netos e dois bisnetos.

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No silêncio da noite, por Wilfried Korber

No silêncio da noite

Por Wilfried Körber

Não é sem motivo que Deus programou as noites. É nas noites que há momentos quietos, sem agitação, em que Ele consegue falar conosco. Não, que não use também outros momentos, mas é nas noites, e principalmente na vida dos idosos, que Deus dá o seu “Alô”. É minha experiência. Melhor ainda seria dizer que é nas madrugadas.

Os versos 1 a 9 do Salmo 77, de Asafe, falam de momentos de grande tristeza durante a noite, mas depois do verso 11 o texto muda o foco, e somente coisas boas vêm à memória do salmista. Já o Salmo 92 começa diferente: “Bom é render graças ao SENHOR e cantar louvores ao Teu nome, ó Altíssimo, anunciar de manhã a Tua misericórdia, e, durante as noites, a Tua fidelidade.” Esclarecedor é o Salmo 30.5 que diz: “Porque não passa de um momento a Sua ira; o Seu favor dura a vida inteira. Ao anoitecer pode vir o choro, mas a alegria vem pela manhã.”

Por muito tempo não me era simpático o pensamento de que o meio da noite é um bom momento de oração. Durante a noite quero dormir, e meu pensamento tem preguiça. Contudo, ultimamente, devido à idade, fico muito tempo acordado durante a noite, e percebo que estes momentos são bons para falar com Deus. Tanto que, agora, o meu despertador toca na hora determinada, bem cedo, para a oração e tenho tido momentos maravilhosos de comunhão com Deus. Na madrugada.

Os motivos para se dormir mal, podem ser vários, mas com certeza, nenhum deles merece atenção. Uma situação difícil não vai mudar porque fico acordado. Ao acordar, lembro-me que o melhor a fazer é buscar contato com Deus, meu Pai. Ele nunca deixará de me atender.

Um conselho simples e sem filosofia: Quando acordo e não consigo dormir novamente, faço um programa para o dia de amanhã, pedindo a orientação de Deus. Pronto, Vou acordar no dia seguinte. Obrigado, SENHOR

  • Wilfried Körber nasceu em Göttingen na Alemanha em 1931 e vive no Brasil desde 1937. Converteu-se aos 16 anos na então Igreja Alemã Batista Zoar, frequentada por sua mãe. Membro fundador da Igreja Batista Filadélfia de São Paulo, envolveu-se com o trabalho de evangelização de crianças e missões, com sua esposa Gisela, de saudosa memória. Há mais de uma década escreve textos para o devocionário Presente Diário. Atualmente vive em Sorocaba, SP. @lampadaparaosmeuspes_.

Sessenta Mais se reúnem para ouvir “Agnus Dei” ao som de duas gaitas

Por Cilas Gavioli

Que tal ouvir Asa Branca ou Agnus Dei, ao som da gaita, numa roda de amigos?

Essa é exatamente uma das boas coisas que acontecem no Café Prosa e Companhia, um encontro trimestral dos 60+ da Chácara Primavera – momento de prosa, amizade e bons relacionamentos. Nesse encontro lúdico, há um período de adoração embalado pelos talentos dos 70 e 80 mais. No último encontro, por exemplo, o Sr. Ângelo Gilberto, de 83 anos, tocou em duas gaitas.

Nosso trabalho com os 60 Mais é muito novo. Nasceu em 2023.

Recentemente, iniciamos uma atividade toda quinta-feira à tarde, chamado Espaço Gerações – Longevidade, que consiste em oficina de memória e espiritualidade.

Temos também um grupo de mulheres cuja tarefa é ligar para os 60, 70, 80 mais para saber como eles estão passando. Essas mulheres me ligam periodicamente, e, caso haja uma demanda pastoral, elas me comunicam.

Existe também um outro setor que é o de visitação. Um grupo de pessoas sai visitando os 70 ou 80 mais que estão enfermos ou reclusos em suas casas.

Nossa equipe conta com o apoio de Samila Battistoni, psicóloga especialista em pessoa idosa, Daniele Rodrigues, fonoaudióloga, e Thiago Viana, músico.

Sabemos que é só o começo e que temos muito o que aprender. Afinal, não é pouca gente: temos quase 300 pessoas 60 mais em nossa comunidade!

Cilas Fiuza Gavioli, casado com Raquel, com quem tem um casal de filhos e uma neta, é pastor auxiliar da Igreja Presbiteriana Chácara Primavera, em Campinas, SP, servindo na diaconia e no ministério 60 Mais.

Saiba mais sobre o Ministério Chácara 60+ aqui.

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Uniedas segue fazendo discípulos entre indígenas no Brasil e na América do Sul

Por Xênia M. Lança de Q. Casséte

Indígena do povo Terena do Mato Grosso do Sul, Jader Oliveira também é pastor e presidente da União das Igrejas Evangélicas Indígenas da América do Sul (Uniedas).1 Segundo Jader, “A Uniedas foi fundada em 1972, cinco anos após a Funai (Fundação Nacional do Índio) proibir a permanência de missionários cristãos nas aldeias, no ano de 1967. E nesse momento fomos desafiados a continuar a caminhada de fazer discípulos entre nosso povo”.

A Missão Uniedas está presente em seis estados brasileiros: Acre, Rondônia, Mato Grosso, Mato Grosso do Sul, Alagoas e São Paulo. A Missão trabalha com 41 etnias no Brasil (das 266 etnias brasileiras, 117 ainda não têm presença missionária). “Hoje, a Uniedas não é apenas do povo Terena, mas também é Xavante, Xingu, Pataxó, Xucuru, Caiapó, etc. É um ministério do povo indígena e carecemos de orações”, diz Jader.

Há desafios e conquistas: “Deus vai nos dando possibilidades, dentro da nossa realidade. Fazemos nossos próprios barcos para irmos evangelizar pelos rios da Amazônia, Rondônia, Roraima, Pará e Mato Grosso. No início, havia sete igrejas da missão e atualmente são 43 em todo o Brasil. Nós entendemos que Deus nos amou como o povo que somos, com a nossa cultura, com a nossa cor, cor da terra. Somos índios porque nascemos índios e não será a religião, pesquisas ou teorias que vão tirar a nossa identidade. Mas formos alcançados pelo Evangelho do Senhor Jesus Cristo e temos certeza de que quando na Cruz do Calvário Jesus disse “Está tudo consumado” as 266 etnias registradas no Brasil também estavam presentes no Seu maravilhoso plano de salvação da humanidade”.

A esperança que o Evangelho trouxe a todos é o que faz a Missão Uniedas seguir levando o Evangelho aos povos indígenas no Brasil e na América do Sul, porque todos precisam dessa esperança e de salvação.

Preparando obreiros e missionários

“Temos institutos preparando missionários e obreiros como o Centro de Treinamento em Pimenta Bueno, RO, com 48 alunos. No Baixo Xingu, o irmão Terena, pastor Cirenio, divide uma casa de seis por trinta e quatro metros como moradia para sua família e para cerca de 28 jovens a quem discípula e ensina. E é uma luta diária para alimentar todos”.

Segundo a Uniedas, há muitos missionários indígenas dispostos evangelizar indígenas no Brasil e no exterior como o Edson, um jovem da tribo Caxinauá que sobe em um barco e viaja durante três dias junto com sua esposa e seus filhos até aldeias indígenas no Peru para falar do amor de Cristo e da salvação que ele dá. E entre os povos indígenas do Xingu há uma igreja e duas congregações, fruto do trabalho missionário da Missão. Para Jader, “é hora da igreja brasileira começar a ouvir o missionário indígena, suas experiências e metodologias”.

Primeira igreja dos Terena

A primeira igreja evangélica dos Terena foi construída em 1926 (e continua no mesmo local). Henrique Winston e John Hey, missionários da Inglaterra e da Escócia, que vindo do Paraguai e chegando ao Mato Grosso em 1912, trouxeram as boas novas do Evangelho aos Terena. Entre 1905 e 1906, o Serviço de Proteção ao Índio (SPI), órgão que inaugurou a política indigenista no Brasil, iniciou aldeamentos e as reservas indígenas. “Esses missionários chegaram entre nós no período em que estavam sendo feitos os aldeamentos. Não chegaram pregando o Evangelho nem usando um púlpito ou abrindo a Bíblia. Eles começaram um relacionamento nos ajudando no difícil processo de sair da vida nômade e, então, começarmos a estabelecer um lugar para nosso povo”, conta Jader.

Winston era construtor, carpinteiro, oleiro e cozinheiro e ensinou estas profissões aos Terena. E quando chegou a hora de construir o primeiro templo os missionários e os indígenas criaram uma olaria e uma serraria que colaborou para a construção. Naquele momento de medo e adaptação dos Terena a uma nova forma de vida, os missionários também os ensinaram a furar poços, a cuidar da alimentação e abriram uma escola, dando grande ênfase à educação dos indígenas. “O que mais impactou a vida do nosso povo foi a educação de adultos e crianças. Hoje, nós temos inúmeros irmãos Terena com graduação superior, pós-graduação, mestrado e doutorado e alguns com pós-doc. Tudo isso como fruto do trabalho que os missionários fizeram entre nós no início do século 20”, relembra Jader.

“Hoje, a cidade em que moro, com 50 mil habitantes tem uma universidade federal onde estudam mais de quatrocentos indígenas. E a gente sempre escuta que a universidade só não fecha porque tem os alunos indígenas”, relata o pastor. “Então, o Evangelho que foi pregado para nós não só nos apresentou o céu e o que virá depois, mas nos deu instrumentos para vivermos como cidadãos brasileiros e cidadãos do Reino de Deus”.

Apesar de o Evangelho não ter sido pregado no idioma Terena, isso não mudou a sua cultura. “Isso é irrelevante para nós diante do que as boas novas do Evangelho trouxeram para o nosso povo”. A bisavó do pastor Jader, Tati, foi a primeira Terena que se converteu ao Evangelho, já com mais de 60 anos. Ela era filha de um dos maiores feiticeiros dos Terena. E o primeiro pastor Terena era seu filho. Todos os seus netos foram pastores e uma grande parte dos bisnetos também são pastores.

A respeito do trabalho feito pela Uniedas, Jader conta: “Nós preferimos ficar ‘embaixo do radar’, ir somente pelos rios e estradas para não entrar em atrito direto com os que são contra nosso projeto de missões entre indígenas no Brasil”. Assim, quando os que não concordam com este trabalho chegam nas aldeias, a Uniedas pode sair porque, de um modo geral, já está deixando uma igreja constituída e alguns líderes treinados. “Nós plantamos, outros regam e colhem os frutos, mas a obra é de Deus, não nossa”, afirma o pastor Jader.

Censo 2022

De acordo com o último Censo Demográfico apresentado em 2022 pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), existem hoje, no Brasil, 266 povos indígenas, totalizando uma população de 1.693.535 pessoas. Esse número de pessoas autodeclaradas indígenas no Brasil representa uma parcela de 0,83% de toda a população que vive no país. Uma das constatações do levantamento é que 51,25% dessas pessoas vivem na Amazônia Legal composta pelos estados do Norte, Mato Grosso e parte do Maranhão. Só no Mato Grosso do Sul existem hoje, 116,3 mil indígenas, incluindo os Terenas.

Ainda conforme a Secretaria de Comunicação Social da Presidência da República, sobre o Censo 2022, ao se considerar o total de indígenas que vivem no país, 622,1 mil (36,73%) residem em Terras Indígenas e 1,1 milhão (63,27%) fora delas; três estados respondem por quase metade (46,46%) das pessoas indígenas vivendo nas Terras Indígenas no Brasil: Amazonas (149 mil), Roraima (71,4 mil) e Mato Grosso do Sul (68,5 mil).

Durante a cerimônia de apresentação dos dados do Censo Indígena de 2022, em Belém (PA), Sonia Guajajara, ministra dos Povos Indígenas, disse que as informações do Censo vão “subsidiar a presença indígena no governo brasileiro, que está trabalhando de forma totalmente transversal, integrada com outros ministérios para pensar políticas públicas adequadas, que possam chegar a essas distintas realidades”.

Nota

1. Jader Oliveira participou do 2º Encontro do Movimento Cristão 60+, em Pompeia, SP, onde compartilhou sobre o trabalho da Missão Uniedas.

Terenas criaram rede de igrejas evangélicas. Acesso em 03 de maio de 2024.

Brasil tem 1,69 milhão de indígenas, aponta Censo 2022. Acesso em 03 de maio de 2024.

Brasil tem 1,7 milhão de indígenas e mais da metade deles vive na Amazônia Legal. Acesso em 06 de maio de 2024.

Xênia M. Lança de Q. Casséte, jornalista, aposentada, faz parte do grupo 60 + da Igreja Batista da Redenção (Redê).

Movimento Cristão 60+ anuncia a programação do seu 4° Encontro

Por Délnia Bastos

Com o provocante tema “É tempo de colher, mas ainda é tempo de plantar”, o Movimento Cristão 60+ anuncia a programação do seu próximo encontro, que acontecerá em Sumaré, SP.

Os participantes serão recebidos na tarde do dia 23/9, a partir das 15 horas. Após o jantar, participarão da abertura do evento, ouvindo uma explanação geral sobre os temas principais, uma palestra sobre a visão bíblica da velhice e um panorama dos 60+ no Brasil.

No segundo dia, às 9h, após o café da manhã e um momento de relacionamento, louvor e oração, a primeira devocional será sobre “Florescer e frutificar – vida abundante para os 60+”. A seguir, haverá a segunda palestra, abordando uma via de mão dupla: “Novos papéis na igreja – o que a igreja pode fazer pelos 60+ e o que os 60+ podem fazer pela igreja”, seguida de discussão em grupos quanto à prática local dos participantes neste assunto, fechando a manhã com o compartilhar das conclusões dos grupos em plenária. Após o almoço, serão oferecidos diversos workshops (veja relação abaixo). Encerrando o dia, após o jantar, será o momento especial para louvor e adoração, seguido da terceira palestra: “Novas oportunidades de trabalho”. Para encerrar o dia, haverá testemunhos práticos de segunda carreira.

No terceiro e último dia do evento, a rotina da primeira parte da manhã se repete, sendo a segunda devocional sobre “Florescer e frutificar – a alegria de colher”, seguida da quarta palestra “Novas maneiras de cuidar de si mesmo”, com a mesma dinâmica de discussão em grupos e devolutivas em plenária, culminando com a celebração da Ceia do Senhor no final da manhã. O encerramento será logo após o almoço.

Este 4⁰ Encontro acontece em tempo oportuno, quando o assunto é pauta importante em diversos círculos, evangélicos ou não. Recentemente o Movimento Lausanne trouxe tópicos específicos sobre o envelhecimento (Veja Envelhecimento global da população e O envelhecimento global e a obra missionária).

Workshops

Envelhecer com sentido, dignidade e relevância

Sucessão: processo de transferência de conhecimento, cultura, valores e legado da atual geração para a nova geração

Amor e sexualidade na terceira idade

Como enfrentar as doenças, especialmente as demências, na velhice?

Como lidar com a solidão na velhice? Estabelecendo rede de apoio

Ministérios dos 60+ para os 60+: Os modelos de sucesso

Igreja promovendo autocuidado na área da saúde física e mental

Revisão de vida depois dos 60+: avaliação, renovação, legado e ensinando as futuras gerações

Serviço:
4º Encontro Nacional MC 60+
É tempo de colher, mas ainda é tempo de plantar
Quando: 23 a 25 de setembro de 2024
Onde: Estância Árvore da Vida, em Sumaré, SP
Para inscrever-se, clique aqui.

Délnia Bastos é casada, mãe de três filhos e avó de cinco netos, e serve na área de governança em algumas iniciativas de missão.

George Andries Roth (1809–1887). Original from the Rijksmuseum. Rawpixel

Alegorias

Estamos ocupando inutilmente a terra?

George Andries Roth (1809–1887). Original from the Rijksmuseum. Rawpixel

Por Wilfried Körber

No texto bíblico encontramos muitas alegorias, também chamadas de parábolas. Alegoria é a exposição de um pensamento sob forma figurada. Se a Palavra de Deus diz que o reino dos céus é como um grão de mostarda, isso quer dizer que apesar de ser uma semente muito pequena, crescida, é maior do que as hortaliças, e se faz árvore, de modo que as aves do céu vem aninhar-se nos seus ramos (Mt 13.31-32).

No texto de hoje quero comentar outra alegoria ou parábola. Observe se há alguma aplicação à sua vida.

“Então Jesus proferiu a seguinte parábola: ‘Certo homem tinha uma figueira plantada na sua vinha e, vindo procurar fruto nela, não achou. Pelo que disse ao viticultor: Há três anos venho procurar fruto nesta figueira e não acho: podes cortá-la; para que está ela ainda ocupando inutilmente a terra? Ele, porém, respondeu: Senhor, deixa-a ainda este ano, até que eu escave ao redor dela e lhe ponha estrume. Se vier a dar fruto, bem está; se não, mandarás cortá-la’” (Lc 13.6-9)

Temos aqui várias lições a aprender: Deus aprecia quando uma planta produz muito fruto (Jo.12.24). A Bíblia considera fruto na nossa vida a qualidade de nossas obras, boas ou más. Mas a parábola, ou alegoria, ensina ainda outra coisa importante: O dono da vinha, que depois de três anos não encontrou fruto na figueira, disse que ela estava ocupando inutilmente a terra. Essa é forte! Será que nós estamos ocupando inutilmente a terra? Se não fosse o viticultor paciente, seriamos cortados e lançados fora. Sabem quem é esse viticultor? É outra alegoria: É Jesus, que cuida com zelo, da vinha do Pai.

É com essa história e muitas outras alegorias que a Bíblia se torna um livro rico e sábio para nos indicar o rumo que leva ao Pai.

Há ainda outra pessoa que entra na composição das parábolas. É o Espirito Santo. É ele o poder que vivifica a Palavra e desperta nossas consciências. Você, leitor, é alguém que quer produzir frutos para o reino de Deus? Então, não seja inútil. Cortado, você só vai servir para o fogo.

  • Wilfried Körber nasceu em Göttingen na Alemanha em 1931 e vive no Brasil desde 1937. Converteu-se aos 16 anos na então Igreja Alemã Batista Zoar, frequentada por sua mãe. Membro fundador da Igreja Batista Filadélfia de São Paulo, envolveu-se com o trabalho de evangelização de crianças e missões, com sua esposa Gisela, de saudosa memória. Há mais de uma década escreve textos para o devocionário Presente Diário. Atualmente vive em Sorocaba, SP. @lampadaparaosmeuspes_.

Roda de Conversa 60+ na Igreja Batista da Redenção (Redê)

O envelhecimento costuma amedrontar muitas pessoas, mas pode e deve ser um tempo de alegria, paz, criatividade, comunhão e serviço à família, comunidade e país

Por Xênia Casséte

Com o tema: “Aprender a Envelhecer… Como assim?” aconteceu, no dia 18 de maio de 2024, a primeira Roda de Conversa do grupo 60+ da Igreja Batista da Redenção (Redê), em Belo Horizonte, que contou com a participação de oitenta pessoas com idades entre 41 e 91 anos. Com o apoio do Colegiado da igreja e mais de perto do pastor Christian Gillis, a equipe de planejamento do evento convidou os psicólogos Deborah Costa Equárcio e João Marcos Cardoso, ambos membros da Redê, para falarem sobre o tema do envelhecimento, cuidados e aceitação.

Deborah e João Marcos trouxeram informações atualizadas e estatísticas sobre a velhice no Brasil e no mundo e falaram dos sentimentos que cercam os idosos e os demais sobre questões que trazem preocupações ligadas a esta fase da vida, suas perdas e ganhos. Ao final houve muitas perguntas, respondidas pelos palestrantes.

A psicóloga clínica, professora e mestre em Psicologia, Deborah Costa Esquárcio falou sobre os três tipos de velhice: habitual, patológica e bem-sucedida e afirmou que estão ligados aos tipos de envelhecimento. João Marcos – psicólogo clínico, professor, mestre e doutor em Linguística pela UFMG e colaborador na área da saúde mental em missões (Cuidado Integral do Missionário – CIM) –, disse aos presentes que “não precisamos enfrentar a velhice, mas compreender o estado e a natureza da nossa própria velhice”.

No encerramento a equipe de planejamento ofereceu canecas aos participantes mais jovem e mais velho do evento; sorteou o livro Aprender a Envelhecer e, em seguida, um lanche foi oferecido a todos os presentes.

O Grupo de 60+ da Redê surgiu a partir da classe da Escola de Cristo ministrada pelos professores Cheng e Wen Lee em 2023, com o estudo do livro Aprender a Envelhecer, de Paul Tournier. Os dezessete alunos do curso foram incentivados pelos professores a formarem o grupo 60+ para oferecer aos membros da igreja oportunidades de conhecer mais sobre o envelhecimento e de se preparar para esse tempo que costuma amedrontar muitas pessoas, mas que pode e deve ser um tempo de alegria, paz, criatividade, comunhão e serviço na família, na comunidade e no país.

Xênia Casséte, jornalista, aposentada, faz parte do grupo 60 + da Igreja Batista da Redenção (Redê).

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