Não tenho medo da morte

Thomas Hahn escreve com o coração sincero este depoimento na “última idade”. Com 88 anos, ele celebra as dádivas de Deus e a igreja em que está inserido – mesmo em meio a muitas dificuldades. 

A Igreja de Cristo tem um mandato muito especial. Fundada e encabeçada por Jesus, que vive e reina para sempre, ela encontra sua razão de ser na formação de discípulos imitadores de Cristo. É neste contexto que gostaria de relatar minha experiência com a igreja da qual sou membro – por coincidência, desde que me tornei idoso.

É difícil precisar o momento em que nos tornamos idosos. Está mais para processo do que para momento. A parte física foi mais definida? Primeira cirurgia de coluna aos 72, a segunda aos 75, resultando em perda definitiva da capacidade de andar. Aos 76, aposentei-me do meu trabalho como corretor de seguros. Alguns anos depois, um erro médico prejudicou minha capacidade de ler: hoje me limito a poucas páginas diárias com o auxílio de lupa. Dirigir, não mais, à exceção da minha rua, que tem supermercado, farmácia – e, a cereja do bolo, minha igreja, a 200 metros do meu condomínio.

As vicissitudes da nossa economia conseguiram reduzir minha aposentadoria de uma zona de relativo conforto para um salário mínimo. Idem para minha esposa. Minhas contas – ah, como eu gostaria de reduzir meus gastos farmacológicos! – são custeados por meus filhos; é claro, portanto, tenho que controlar da melhor forma possível o que, quanto e como gasto.

Sou, então, um exemplo acabado de um idoso dependente, que passa a maior parte do tempo sentado em casa. E aí vem a surpresa: não estou deprimido – pelo menos não mais do que o justificado pelo noticiário do jornal! Por que será?

Em primeiríssimo lugar, porque pela bondade de Deus, tive, como primeiro efeito da minha conversão aos 38 anos, a perda de qualquer medo da morte. A vida eterna é uma realidade que se enraizou no meu ser – e esta lição aprendi na igreja, no ensino bíblico.

Minha convicção foi testada duas vezes com paradas cardíacas, nenhuma das quais me deixou com sequelas de ansiedade quanto à duração da minha vida. Conclusão: tenho vivido minha terceira (e última) idade sem medo da morte, sem angst, sem sofrimento espiritual, mesmo que severamente cerceado em possíveis atividades.

Como consequência desta minha fé, conversei com meu Deus, nos seguintes termos: “Não estou reclamando, ou me queixando, mas, para ser bem sincero, eu não estou curtindo ficar por aqui, só aguardando meu nome ser chamado. Mal posso esperar pelo que tens preparado para mim. Então, eis o que proponho: eu topo ficar por aqui, desde que possa, de alguma maneira, servir-te, servir ao teu Reino. Pode ser?” Creio que Deus aceitou esta proposta meio idiota, feita há uns 15 anos. Na minha igreja preguei, toquei piano, criei um grupo de homens, aconselhei, ministrei à solidão dos pastores – e, em dezembro de 2023, sem ter o menor preparo formal, fui ordenado pastor da igreja! Igreja Batista, ainda por cima – e tem crente por aí que não crê em milagres… E tudo ocorreu dentro das minhas limitações físicas.

É bem verdade que a atitude da igreja para com minha faixa etária teve muito a ver com sua visão, sua maneira de ser. Não estamos engajados em crescimento numérico, excelência, show-business e outras métricas pelas quais várias igrejas se pautam. Reforçamos, sempre que podemos, nossa identidade como família: irmãos e irmãs, filhos do mesmo Pai. Sou irmão mais velho, mas irmão, não um ET. Existe respeito – mas aí, tem que ser mútuo, não é?

Thomas Hahn e Christine

Conclusão: A Igreja tem uma parcela importante de contribuição para o bem-estar espiritual do idoso. Primeiro, criando uma cultura de inclusão; segundo, cuidando do ensino quanto à morte e vida eterna do crente. E ao crente, cabe se colocar à disposição de Deus para sua obra, confiantes num Deus que conhece nossas limitações. Ser aposentado da fé é privar-se da vida!

Thomas Hahn, 88 anos, casado com Christine há 60, pastor da Igreja Batista da Granja Viana, em Cotia, SP.

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Segunda carreira e missões

Adércio e sua esposa Ilda compartilharam o seu testemunho no II Encontro Nacional do Movimento 60+. Eles estão desenvolvendo uma segunda carreira, agora na área de missões transculturais.

Quando pensamos em missionário, vem ao nosso imaginário alguém jovem, saudável, teologicamente bem preparado e fluente em línguas estrangeiras, especialmente inglês, que costumamos considerar fundamental para bom desempenho.

Deixo claro, porém, que todos os cristãos, em todos os momentos da vida, são chamados para testemunhar a salvação em Cristo, independentemente de local de origem, idade, sexo, nacionalidade, instrução, origem e condição financeira.

Nesse sentido, quando minha esposa e eu estávamos na Ásia, ouvi um jovem missionário americano dizer que há lugares do mundo que somente quatro tipos de pessoa visitam: pesquisadores, em busca de descobertas; militares, em ações de guerra; milionários, em turismo ou caçada de animais exóticos, e missionários, em proclamação do Evangelho a alguém que ainda não ouviu falar sobre Jesus e, é claro, atendendo ao desafio para deixar tudo e viver apenas com duas malas.

Lembro-me de que, quando jovem, já casado e com filhas, fiz um plano de carreira e decidi: “Com meus 50 anos, desejo estar aposentado e que minhas filhas estejam emancipadas. Assim, poderei servir melhor ao Senhor!”.

Para esse propósito, trabalhei até completar 52 anos. De fato, depois do casamento das minhas duas primeiras filhas, eu me aposentei. Como diz o ditado: “Deus nos chama, mas o Diabo nos atrasa”.

A verdade é que, em cada fase da nossa vida, Deus abre portas para que tomemos decisões com o propósito de expandir Seu reino em todos os lugares da Terra.

Em 2004, fui convidado para assumir a auditoria e a expansão de uma empresa gráfica em Luanda, capital de Angola, na África. Pensei: “Começarei daqui!”. Visitei missionários e igrejas do país, de língua portuguesa, falei sobre minha fé a grandes empresários locais e viajei por várias províncias.

Quando retornei ao Brasil, iniciei uma pequena empresa particular de artes gráficas com o propósito de ajudar missões com os recursos financeiros obtidos.

Em 2012, vendi a empresa, minha esposa e eu fomos exercer nossa segunda carreira profissional. Ela é professora de espanhol, aposentada, e eu sou técnico em artes gráficas também aposentado. Na Ásia Central, trabalhei como voluntário em uma empresa gráfica mista que imprimia material secular e cristão de alta qualidade.

Minha esposa foi convidada para lecionar espanhol, como matéria extracurricular, para o quinto ano de economia de uma universidade. Obtivemos o visto para viver no país.

Aprendemos a língua local – o idioma russo – e testemunhamos a salvação em Jesus Cristo a muitos.

Em 2019, voltamos ao Brasil, e fui convidado para fazer parte da diretoria da nossa missão – W.H. Brasil.

Em razão de tantas mudanças e inserções em culturas diferentes, por vezes, quando comparados a certos embaixadores, até mesmo de grandes países, nós nos sentimos mais bem-preparados do que eles!

De fato, é necessário que conheçamos a cultura na qual estamos inseridos – o que podemos ou não fazer. Para tanto, precisamos estudar o tipo de governança do local e como obter o visto oficial para nos mantermos o maior tempo possível nele, precisamos nos comunicar bem na língua local e precisamos pesquisar e respeitar a religião, a cosmovisão e a antropologia do povo – o que é certo e o que é errado para os nacionais.

Então, a posse dessas verdades se soma ao reconhecimento de que somos pecadores e, portanto, o pecado nos separa de Deus, mas Jesus nos salva da morte eterna. Essa mensagem de vida eterna, que é única, deve ser aceita como pessoal e intransferível.

É exatamente essa mensagem que minha esposa e eu temos pregado para as pessoas em nossas andanças pelo mundo. Na eternidade, quando nos apresentarmos perante o tribunal de Cristo,a fé em Jesus fará total diferença.

Quantos cristãos, porém, têm o chamado para missões, mas têm deixado o tempo passar sem nada planejar! Não falo apenas sobre missões transculturais, pois a missão pode ser feita onde quer que for. Somos chamados para testemunhar nossa salvação em Cristo.

Você está na segunda… terceira… carreira?

Há mais para você… para além do que colocar pantufas e pijamas… até mesmo para além do que só cuidar dos netos!

Cuide da sua saúde física, emocional e mental.

Mantenha uma alimentação saudável.

Pratique exercícios físicos.

Proclame Jesus em todo tempo e em qualquer lugar!

Adercio da Silva Corrêa, casado com Ilda Maria Fernandes, é diretor-presidente da Missão W.H Brasil e autor dos livros Missões na Melhor Idade e Pensamentos de Comunhão com a Eternidade.

Como honrar os idosos em um mundo que valoriza os jovens

Por Ariane Gomes

Há pouco menos de um ano, o bilionário norte-americano Bryan Johnson, 45 anos, ocupou por muitos dias as páginas de notícias por gastar 2 milhões de dólares por ano para rejuvenescer e voltar a ter o corpo de quando tinha 18 anos.

Para alcançar seu objetivo, Johnson mantém uma rotina que inclui a ingestão de suplementos e remédios que visam a manutenção da saúde e a proteção contra inflamações; uma sequência diária de exercícios físicos e alimentação com pratos preparados de acordo com os resultados de exames médicos realizados mensalmente e o acompanhamento de uma equipe de dezenas médicos.

Esforços obstinados como o de Johnson revelam uma percepção ruim do envelhecimento. Há uma fuga desesperada desta fase da vida sob alto custo. Envelhecer é quase uma desonra. Além deste aspecto, atitudes como a de Johnson projetam uma sombra sobre o idoso, sua história e suas possibilidades, como se a inutilidade fosse a consequência natural do envelhecer.

Esta percepção e atitude traz um grande prejuízo a pessoas, famílias e às relações sociais. É um desserviço à intergeracionalidade, à honra, à história e à vida, que é dada e mantida por Deus.

O artigo A geração esquecida, publicado em Christianity Today, lembra que a fé cristã exige outro caminho: “Em toda a Bíblia, Deus lança uma visão para incluir os idosos em todos os aspectos da vida comunitária. Especialistas em cuidados com idosos estão descobrindo que a visão bíblica não só beneficia os idosos, mas também os jovens”.

A igreja é convocada não apenas a incluir idosos, mas a oferecer portas abertas para serem protagonistas junto com os mais jovens compartilhando histórias, experiências, saberes e realizando serviços para os quais têm habilidades e força.

Para quem deseja compreender e relacionar-se com os idosos, o artigo mencionado acima faz três sugestões: aprender a ouvir, trabalhar para o bem-estar, ser fiel aos esquecidos.

Aprender a ouvir

Significa não deixar a pessoa para trás, reduzindo-a à sua utilidade, mas dando valor à sua essência como portador da imagem de Deus. A razão pela qual as pessoas importam não é porque elas têm algo para contribuir. Eles são criados para refletir Deus no mundo.

Para os idosos, contar histórias sobre suas vidas está ligado a melhorias no bem-estar geral, maior qualidade de vida e redução da solidão. Os jovens que aprendem a fazer boas perguntas e ouvir pacientemente as histórias dos idosos se beneficiam da construção de conexões sociais intergeracionais e têm a oportunidade de desempenhar um papel na preservação da história e da cultura.

Trabalhar para o bem estar

Ao procurar maneiras de honrar os idosos, é provável que as necessidades surjam. Talvez eles não possam mais manter o trabalho no quintal ou a limpeza. Talvez ir ao mercado seja assustador. Os cristãos podem encontrar oportunidades significativas e tangíveis para oferecer ajuda e apoio aos vizinhos e a outros crentes idosos. 

Ser fiel aos esquecidos
Na primeira carta de Paulo a Timóteo há um convite para que os jovens tratem seus idosos com bondade, respeito e dignidade: “Não repreenda um homem mais velho; pelo contrário, exorte-o como você faria com o seu pai” (1Tm 5.12). Embora honrar os idosos com nosso tempo não pareça ser prioridade em nossas vidas ocupadas, o desejo de Deus é que os cristãos honrem toda a humanidade. Criar vínculos com aqueles que têm a sabedoria, a força e o entendimento (Jó 12.12) é uma bela imagem do céu na terra.

Ariane Gomes atua como coordenadora de produção de Ultimato e gestora de conteúdo do Portal Ultimato.

Saiba mais:

>> Movimento Cristão 60+ e Editora Ultimato firmam parceria para produção e divulgação de conteúdos com foco no público de sessenta anos ou mais

Crédito da imagem: Pixabay

O Grupo 60+ na Igreja Batista da Redenção em Belo Horizonte, MG

Autocuidado, cuidado mútuo, aceitação, segunda carreira, conexões

Os 60+ em movimento

Por Xênia Marques Lança de Q. Casséte

Logo após a fundação do Movimento Cristão 60+ (MC 60+) em 2022, alguns membros da Igreja Batista da Redenção (Redê), em Belo Horizonte, MG, apresentaram o Movimento para o Colegiado de pastores e receberam todo apoio para a criação do Grupo 60+ na igreja. A estratégia foi convidar os interessados a estudarem juntos, dentro do programa de capacitação da igreja, o Escola de Cristo, o livro Aprender a Envelhecer, do médico-psiquiatra cristão, Paul Tournier, publicado pela Editora Ultimato. O grupo foi composto por dezessete pessoas que se encontraram presencialmente sete vezes, no primeiro semestre de 2023, para fazer estudos que proporcionaram excelente aprendizado, edificação e comunhão.

Desde então, o movimento 60+ se tornou conhecido pela comunidade da Redê e os mais jovens já estão cientes de que aprender a envelhecer deve começar bem antes da velhice.

Um grupo de jovens casais, liderados pelo pastor Luiz Felipe também estudou o livro de Tournier, em 2023.

E neste ano, o Grupo 60+ da Redê tem programado atividades para incluir toda a comunidade e outras pessoas que se interessarem, seguindo a missão do MC 60+, que é “impulsionar os 60+, aposentados ou não, a desenvolverem uma segunda carreira e o autocuidado, a continuar a dar frutos ao longo do processo de envelhecimento”. Inspirado no livro Aprender a Envelhecer, o grupo vai trabalhar seguindo as áreas de autocuidado, cuidado mútuo, aceitação, segunda carreira, conexões.

A partir das conversas do grupo foram definidas as atividades para 2024, que incluem palestras e rodas de conversa com profissionais da saúde integral, do direito, fisioterapia preventiva, passeios e visitas a espaços culturais e naturais, viagens, sessões de cinema, encontros intergeracionais na comunidade de fé, oficinas de arte, culinária nutritiva, visitas domiciliares e a hospitais, encontros informais e estudos de livros, que já estão acontecendo neste primeiro semestre: A Missão da Mulher e Aprender a Envelhecer, ambos de Paul Tournier.

Visando ao autocuidado, está agendada para o mês de maio, a participação de dois psicólogos, membros da Redê, que farão uma palestra e, em seguida promoverá uma roda de conversa com os presentes. O grupo 60+ da Redê está muito unido e motivado, compreendendo a realidade político-social e econômica, a promover melhor compreensão da velhice e seguir olhando para Jesus dando frutos também nesta estação da vida.

Xênia Marques Lança de Q. Casséte, jornalista, faz parte da equipe do Coletvo Bereia de Checagem de Notícias e é voluntária do Movimento Cristão 60+.

O Grupo 60+ na Igreja Holiness de Pompeia, SP

Gostamos de “motiori”, gostamos de estar juntos

Os 60+ em movimento

Por Alberto Issamu Honda e Marina Sumi Matuzaki Honda

Encontro na casa de Alberto e Sumi

Sou engenheiro agrônomo, casado com uma pedagoga e assistente social. Estou com 73 anos, temos quatro filhos e quatro netos.

Trabalhei com marketing em uma empresa de máquinas agrícolas por 34 anos e fui gestor de uma Fundação, dedicada à educação por 16 anos. Atualmente, participo dos conselhos da Fundação Shunji Nishimura de Tecnologia e da UDF – Universidade da Família.

A Sumi, minha esposa, foi professora de educação básica e diretora de escola por 25 anos. Juntos, participamos do Conselho Municipal da Família de Pompeia, desde 2023.

Em 2017, Jiro e Hiromi Nishimura começaram o “Grupo 60+” na Igreja Evangélica Holiness de Pompeia, SP, do qual éramos auxiliares. Em 2023, assumimos a coordenação do grupo, sendo auxiliados pelo casal Gilson e Esther Nishitani.

Inicialmente, as reuniões aconteciam nos lares. Durante a pandemia da Covid-19, as reuniões passaram a ser online e atualmente as reuniões voltaram a ser presenciais, nas casas dos participantes.

O grupo 60+ tem trinta membros, sendo 3 viúvas. Ele é composto por membros 60+, 70+, 80+.

Desde o início, o grupo leu e compartilhou muitos livros. Alguns títulos são estes: Fé ao Máximo, de George Barna, Alguém se Importa e O Despertar da Liderança, de Doug Stringer, Apenas um Mordomo, Eu um Servo e Firme seus Valores, de Charles Swindol, Três Rios, de Craig Hill e Os Sons da Fé, de Philip Yancey.

Em muitas reuniões eram realizadas refeições no estilo “motiori” que, em japonês, significa juntar panelas. Alguns traziam pratos salgados, outros saladas, outros bebidas e outros sobremesa.

Encontro na casa de Jiro e Hiromi.

Uma das características dos integrantes do nosso grupo 60+ é que a maioria das pessoas é aposentada. As mulheres gostam de cozinhar e nós apreciamos estar juntos.

Durante a pandemia, membros do grupo prepararam almoço e jantar para os irmãos da igreja que estavam com Covid e não podiam sair de casa para comprar mantimentos.

O Grupo 60+ contribui com outros ministérios da igreja, doando mantimentos e trabalhando na cozinha para as atividades dos ministérios de jovens, adolescentes e crianças.

Os principais objetivos do grupo são: 1) Dar oportunidade para que os membros com mais de 60 anos possam participar de um pequeno grupo, além da presença aos cultos e à Escola Dominical; 2) Fazer reuniões com “abundância” de comida; 3) Propiciar momentos de compartilhamento e pedidos de oração e 4) Como resultado, ajudar a melhorar qualidade de vida.

A assiduidade às reuniões é muita alta, os membros gostam de estar juntos. Pompeia é uma pequena cidade de 22 mil habitantes, o que facilita a presença nas reuniões, que são realizadas semanalmente às quartas feiras, à noite.

As pessoas com mais idade e problemas físicos, com dificuldades de locomoção e participação nas reuniões, são “promovidas” a membros eméritos e continuam no grupo mesmo com pequena ou quase nenhuma presença.

Sendo um agrupamento 60+, o grupo não tem uma data para terminar. Como muitos outros grupos temáticos, é necessário mudar sempre as atividades para não cair na rotina e as pessoas se sentirem desmotivadas. É importante que todos tenham oportunidade de sugerir atividades e exercer liderança em algumas delas. Os membros já sugeriram atividades como: evangelismo, lazer, estudo e memorização de textos bíblicos, maior integração com outros ministérios da igreja.

Deus vai nos orientar para que os integrantes do Grupo 60+ possam cumprir o seu propósito, como o descrito em Efésios 2.10: “Pois, somos feitura dele, criados em Cristo Jesus para boas obras, as quais Deus de antemão preparou para que andássemos nelas”.

Alberto Issamu Honda e Marina Sumi Matuzaki Honda, coordenadores do Grupo 60+ da Igreja Evangélica Holiness de Pompeia.

Programa USP 60+ é inspiração para igrejas que queiram atuar junto aos 60+

USP 60+ é o nome atual do programa Universidade Aberta à Terceira Idade, criado pela USP em 1994, por iniciativa da professora Eclea Bosi.

Este ano o programa comemora seus 30 anos. Na sua 57ª edição foram disponibilizadas mais de 4 mil vagas para o primeiro semestre de 2024 divididas entre disciplinas regulares, oferecidas nos cursos de graduação da USP, e atividades complementares, que englobam cursos, palestras, excursões, práticas esportivas e didático-culturais. A iniciativa é gratuita.

São mais de 200 atividades em diversas áreas do conhecimento.

O médico Egídio Dórea, coordenador do programa USP 60+, explica a importância da iniciativa: “A ideia do programa USP 60+ é fornecer à população acima dos 60 anos oportunidades para o aprendizado ao longo da vida. Sabemos que esta é uma das características principais para você ter um envelhecimento saudável.  Outro fator importante é o encontro de gerações. Nós inovamos (em relação a programas do exterior), ao acrescentarmos a intergeracionalidade, essa troca de experiências dentro de sala de aula com alunos da graduação”.

A professora Ecléa Bosi, fundadora do programa e coordenadora até 2016, tem paixão pelas oportunidades criadas por estes anos de atividade. No ano de sua criação o programa foi pioneiro. Hoje a experiência se repete em muitas das universidades brasileiras.

Neuza Guerreiro Carvalho, ao se aposentar, depois de trinta anos atuando como professora de biologia, decidiu se dedicar a tudo o que nunca tinha estudado até então. Neuza buscou o USP 60+ e, ao longo de uma década, participou de mais de cinquenta formações: história, artes plásticas, sociologia e literatura. Foram tantos que Neuza se tornou, ela mesma, professora de um dos cursos oferecidos ao público mais idoso: “Resgate de memórias autobiográficas”, que será ministrado este ano.

De que forma este programa pode inspirar as igrejas em sua atuação junto aos 60+?

É claro que este programa tem suas peculiaridades e se realiza no contexto universitário. As igrejas estão inseridas em outra realidade, mas algumas práticas podem ser inspiradoras:

  • é uma atividade que incentiva o protagonismo dos 60+
  • é gratuito, permitindo que qualquer pessoa participe, o que promove a diversidade do grupo e enriquece a troca de experiências
  • promove a intergeracionalidade: os mais velhos convivendo com os mais jovens, o que gera convivência entre os grupos, conhecimento mútuo
  • favorece a quebra de preconceitos com os 60+

Quem sabe, a igreja pode começar motivando – e facilitando processos – os idosos a escreverem suas memórias autobiográficas com o apoio de jovens e adolescentes e com divulgação para toda a comunidade?

Vale a pena assistir ao vídeo feito em homenagem à fundadora do programa. Clique aqui.

Crédito das imagens: USP 60+ | prceu.usp.br/programa/usp-60/

Chamados para viver para Deus – desafio e encorajamento

A capacitação que o Espírito dá nos leva a cumprir tudo o que o Senhor determinou para nossa vida

Em palestra proferida no II Encontro Nacional do Movimento 60+, Durvalina Bezerra falou sobre os desafios de se viver para Deus com coragem, de forma plena e inspirada em toda a experiência profissional, ministerial e vivência de vida em Cristo no período de 60+.

Bio

Durvalina Bezerra é formada em teologia pelo Seminário Betel Brasileiro, especialista em missiologia pela WEC, mestre em educação pela Universidade Mackenzie e doutora em ministério honoris causa pelo Centro de Pós-graduação do Betel Brasileiro. Atua como diretora do Centro de Educação Teológica e Missiológica Betel Brasileiro. Professora visitante em vários Centros de Treinamento Missionário. Faz parte do Colegiado do Movimento Mulheres em Ministério e integra o grupo fundador do MC60+.

Clique aqui e assista ao vídeo da palestra.

Serviço

“Chamados para viver para Deus – desafio e encorajamento”

Palestra de Durvalina Bezerra durante o II Encontro Nacional – Segunda carreira e Autocuidado dos 60+, realizado entre 15 e 17 de agosto de 2023, no Instituto de Desenvolvimento Familiar Chieko Nishimura – IDF, em Pompeia, SP.

Conheça o canal do Movimento Cristão 60+ no YouTube.

Movimento Cristão 60+ e Editora Ultimato firmam parceria para produção e divulgação de conteúdos com foco no público de sessenta anos ou mais

Há cerca de dois anos, o Movimento Cristão 60+ (MC60+) e a Editora Ultimato têm caminhado juntos de maneira informal principalmente na divulgação de conteúdos e participação nos eventos.

O MC 60+, criado em 2022, é formado por um grupo de cristãos com diferentes experiências profissionais e eclesiásticas que buscam compartilhar a visão de que mesmo na terceira idade podemos servir a Deus com vigor e entusiasmo, dispondo nossas experiências e habilidades a serviço do Reino, por intermédio de: iniciativas individuais ou coletivas de apoio e cuidado integral a indivíduos, familiares e comunidades; engajamento em projetos eclesial, social, educacional, cultural e ambiental.

A base bíblica que norteia o MC60+ é o Salmo 92:12-15: “Os justos florescerão como a palmeira, crescerão como o cedro do Líbano; plantados na casa do Senhor, florescerão nos átrios do nosso Deus. Mesmo na velhice darão fruto, permanecerão viçosos e verdejantes, para proclamar que o Senhor é justo. Ele é a minha Rocha; nele não há injustiça”.

O MC60+ adota esta visão: “Homens e Mulheres 60+, comprometidos em suas comunidades de fé e engajados no serviço do reino de Deus – na igreja local de comunhão, na comunidade e na sociedade mais ampla”.

A concretização destes objetivos vem especialmente da realização de encontros de reflexão e comunhão que promovem a troca de experiências, o despertamento, o encorajamento e a capacitação no sentido de colocar suas habilidades, experiências e maturidade espiritual a serviço do Reino, com vigor e entusiasmo, gerando contribuição ao próximo e também seu próprio bem-estar. Ver Oportunidades de Envolvimento em Ações Missionárias e Sociais – Movimento Cristão 60+.

Mas sua atuação não pára nos eventos.O MC60+ trabalha também para:

• favorecer a criação de redes de conexão e intercâmbio entre necessidades/oportunidades de serviço, de um lado, e disponibilidade de habilidades/experiências que resultem em benefício e satisfação para ambas as partes;

• gerar e difundir conhecimento, pautando diversas áreas de interesse dos 60+ e conteúdos relacionados ao autocuidado;

• mudar a visão das igrejas locais com relação aos 60+: de “dependentes de cuidado” para “agentes cuidadores ativos”, nas comunidades eclesiais e na sociedade;

• prestação de serviços ou consultorias.

A Editora Ultimato se identifica fortemente com os objetivos do MC60+ e ela própria já tem uma série de ações voltadas a este público. 

Sendo assim é com alegria e entusiasmo que esta parceria é formalizada. A Editora Ultimato será a responsável por produzir e alimentar os canais de comunicação do MC60+, com conteúdos que atendam à visão, missão e aos objetivos do Movimento.


Acompanhe as notícias e as matérias publicadas visitando periodicamente o blog do MC60+.