Que privilégio ter a música como um presente de Deus que conecta nossas histórias com as de outras gerações
Por Shih Li Li Yoshimoto
Enquanto pensava sobre o que escrever a respeito dos hinos e do louvor comunitário, vieram à lembrança músicas como:
“Quando estou com o povo de Deus eu sinto a maior alegria
Quando estou com o povo de Deus eu sinto a real harmonia
Que prazer ver o povo de Deus louvando, tendo aqui um lugar todo santo,
quando estou com o povo de Deus eu sinto a maiooor, maior das alegrias!!!”
Se você cantou essa música junto comigo, significa que em algum lugar do passado experimentamos juntos o prazer e a alegria de poder louvar a Deus junto com o povo de Deus.
Você se lembra, ainda, da música cantada em seu primeiro acampamento? Ou no dia da sua conversão ou consagração? Como esquecer? Quando as cantamos novamente, lágrimas voltam a rolar.
Quantas vezes um louvor expressou a imensa gratidão que você sentia por Deus, mas não encontrava palavras o suficiente para dizê-lo? Quantas vezes um hino fez você lembrar de verdades que precisava resgatar, ou um “corinho” o consolou nas dores inefáveis?
Um dos poderes da música consiste em marcar em nossa memória emoções vividas nos momentos especiais da nossa vida. Por isso tocamos músicas preferidas no nosso casamento, na nossa formatura e elas são imprescindíveis nas nossas celebrações eclesiásticas.
Recordo-me de me contarem que ao se reunir escondida, a igreja perseguida da China contava com cada lembrando um trecho da Bíblia uns aos outros e, apesar de não poderem cantar audivelmente para não serem descobertos, eles escolhiam um hino e “cantavam” com seus lábios mudos, olhando uns para os outros, ou de olhos fechados num só espírito para adorar a Deus.
Veio-me agora uma outra música: Obrigado pela música, do Stênio Marcius. Em um dos trechos ela diz assim:
“Obrigado pela música, Nela a alma pode saciar
Esta sede que só vai parar Se eu te adoro, ó Deus, com música”.
A música fala tanto por mim, e me permite conectar com Deus, com as emoções e desejos dentro de mim, e me conecta com as pessoas que cantam ou cantaram comigo no presente e no passado.
A música fala tanto a mim quando ela é recheada com a palavra de Deus que atinge a minha alma. Os testemunhos de quem experimentou a imensa graça e as virtudes (belezas) de Cristo expressos em canções me inspiram e me levam à adoração do Deus glorioso, tão digno da nossa exclamação e aclamação!
Obrigada, Senhor, pelos salmistas, que escreveram os 150 hinos que estão no meio da Bíblia. Apesar de não termos ideia das melodias, nem dos ritmos que foram entoados, eles têm sido inspiração para músicos de tantas gerações, ensinando-nos a salmodiar e a expressar nossas orações.
Sou tão grata aos irmãos da história da igreja que nos deixaram hinos e cânticos espirituais, tais como o Martinho Lutero, John Newton, Charles Wesley, Fanny Crosby, entre tantos outros. Por meio desses hinos e cânticos podemos declarar a nossa fé e nos conectar com muitos irmãos de denominações diferentes, pois comunicam doutrinas fundamentais da fé reformada.
Louvo a Deus e agradeço às tias da igreja que me ensinaram os cânticos de salvação da APEC (Aliança Pró Evangelização da Criança), e deram um repertório rico de verdades da palavra de Deus ao meu jovem coração:
“Tão fácil de entender, tão claro como a luz
Em meu lugar pra me salvar Jesus morreu na cruz.
É crer só nele agora de todo o coração,
Meninos, sem demora, aceitai a salvação!”.
Tenho pensado sobre como devemos ter cuidado em avaliar os cânticos ensinado às nossas crianças e ao povo de Deus hoje, considerando que esses se tornarão o repertório de suas memórias afetivas e espirituais. Que possamos ser zelosos ao compor e compartilhar canções e hinos novos que comuniquem ao coração da nova geração as verdades espirituais que fortalecem o espírito.
Que privilégio ter a música como um presente de Deus que conecta nossa alma, nossas histórias com as do povo de Deus de tantas gerações, e com auxílio desse recurso poderoso de memorização, guardar no coração as preciosas promessas de Deus que despertam nossos anseios pelo momento em que estaremos “Lá onde não há choro, onde todos cantaremos juntos hinos de louvor ao Senhor” (Jerusalém de Sergio Pimenta).
Shih Li Li Yoshimoto, 55 anos, psicóloga, mestre em divindades e em aconselhamento bíblico. Fundadora do ministério Mais Barnabés (@maisbarnabes) de formação e capacitação de conselheiros bíblicos. Casada com o pastor Daniel Yoshimoto e mãe de Jonathan, Ester e Sayuri.
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