Por Ariane Gomes
Há pouco menos de um ano, o bilionário norte-americano Bryan Johnson, 45 anos, ocupou por muitos dias as páginas de notícias por gastar 2 milhões de dólares por ano para rejuvenescer e voltar a ter o corpo de quando tinha 18 anos.
Para alcançar seu objetivo, Johnson mantém uma rotina que inclui a ingestão de suplementos e remédios que visam a manutenção da saúde e a proteção contra inflamações; uma sequência diária de exercícios físicos e alimentação com pratos preparados de acordo com os resultados de exames médicos realizados mensalmente e o acompanhamento de uma equipe de dezenas médicos.
Esforços obstinados como o de Johnson revelam uma percepção ruim do envelhecimento. Há uma fuga desesperada desta fase da vida sob alto custo. Envelhecer é quase uma desonra. Além deste aspecto, atitudes como a de Johnson projetam uma sombra sobre o idoso, sua história e suas possibilidades, como se a inutilidade fosse a consequência natural do envelhecer.
Esta percepção e atitude traz um grande prejuízo a pessoas, famílias e às relações sociais. É um desserviço à intergeracionalidade, à honra, à história e à vida, que é dada e mantida por Deus.
O artigo A geração esquecida, publicado em Christianity Today, lembra que a fé cristã exige outro caminho: “Em toda a Bíblia, Deus lança uma visão para incluir os idosos em todos os aspectos da vida comunitária. Especialistas em cuidados com idosos estão descobrindo que a visão bíblica não só beneficia os idosos, mas também os jovens”.
A igreja é convocada não apenas a incluir idosos, mas a oferecer portas abertas para serem protagonistas junto com os mais jovens compartilhando histórias, experiências, saberes e realizando serviços para os quais têm habilidades e força.
Para quem deseja compreender e relacionar-se com os idosos, o artigo mencionado acima faz três sugestões: aprender a ouvir, trabalhar para o bem-estar, ser fiel aos esquecidos.
Aprender a ouvir
Significa não deixar a pessoa para trás, reduzindo-a à sua utilidade, mas dando valor à sua essência como portador da imagem de Deus. A razão pela qual as pessoas importam não é porque elas têm algo para contribuir. Eles são criados para refletir Deus no mundo.
Para os idosos, contar histórias sobre suas vidas está ligado a melhorias no bem-estar geral, maior qualidade de vida e redução da solidão. Os jovens que aprendem a fazer boas perguntas e ouvir pacientemente as histórias dos idosos se beneficiam da construção de conexões sociais intergeracionais e têm a oportunidade de desempenhar um papel na preservação da história e da cultura.
Trabalhar para o bem estar
Ao procurar maneiras de honrar os idosos, é provável que as necessidades surjam. Talvez eles não possam mais manter o trabalho no quintal ou a limpeza. Talvez ir ao mercado seja assustador. Os cristãos podem encontrar oportunidades significativas e tangíveis para oferecer ajuda e apoio aos vizinhos e a outros crentes idosos.
Ser fiel aos esquecidos
Na primeira carta de Paulo a Timóteo há um convite para que os jovens tratem seus idosos com bondade, respeito e dignidade: “Não repreenda um homem mais velho; pelo contrário, exorte-o como você faria com o seu pai” (1Tm 5.12). Embora honrar os idosos com nosso tempo não pareça ser prioridade em nossas vidas ocupadas, o desejo de Deus é que os cristãos honrem toda a humanidade. Criar vínculos com aqueles que têm a sabedoria, a força e o entendimento (Jó 12.12) é uma bela imagem do céu na terra.
Ariane Gomes atua como coordenadora de produção de Ultimato e gestora de conteúdo do Portal Ultimato.
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Crédito da imagem: Pixabay